segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Me absorva



   Enquanto os Sóis do Oeste não se põe, sofro em silencio. Enquanto o México não sobe a cabeça, me guardo. Quando o grande dia chegar, esteja lá pra me ver. De olhos vermelhos, saltarei para outro céu, desamarrarei nós e desprenderei os cravos de um peito que está denso.

  Manterei o que por mim foi assinado. Jurei com sangue frio que não seria primeiro. Serei segundo quando segundos desejos me trouxerem pra dentro do corpo. Não desviarei meus olhos para coisa alguma. Não desviarei meus objetivos para coisa alguma. Não faltarei com minhas juras por dor alguma. Não. Não. Não...
   
  Sou eu aqui, nada mais. Sou nada aqui. Aqui eu sou. Sou mais eu aqui. Não quero ser só. Não quero que minhas jornadas sempre terminem comigo. Eu no fim. Só eu no fim, nada mais.

domingo, 2 de outubro de 2011

If you're a bird. I'm a bird.



      Chego de uma noite com o pescoço doendo de tanto perseguir com queixos altivos a sua beleza. Minhas pupilas já estão relaxadas de tanto ficar dilatando a cada vez que o canto de sua boca sorri. Cada centímetro de mim quer ter a mais fina boca francesa pra degustar cada centímetro teu.
      Na ultima noite medi suas costas com uma língua imaginária, e a saliva acabou bem perto da nuca.
      Você pronta pra dormir me emociona mais do que cem garotas angelicais lendo Dostoievski em puro russo. Eu dedicaria cada segundo da minha vida em vesti-la, alimentá-la e animá-la.
      Você me dá ânsias em lugares que não tenho. Você sorri com sua cara séria e nunca sei se você está se divertindo ou odiando tudo. Fico preocupado, mas logo suas pernas me tiram a atenção. “Pernas longas, passos curtos e rápidos” isso fica girando em minha mente para que não a viole em pensamentos.
      Quando vendo um filme, encaixa em meu ombro, o filme acabou. Como prestar atenção em algo? Você está ali, é como se todas as outras coisas explodissem. É realmente prazeroso esquecer-se de tudo, só porque você é linda.
      Você anda ainda mais bonita por não saber de tamanho poder. Fica frágil e sente ataques de ansiedade. E desaparece. É um pouco egoísta de minha parte, mas que linda! Que linda que você fica em ataque de ansiedades.
      Olha, é assim que acontece: num dia qualquer alguém nos amassa, nos apaga, nos destrói. E claro, tudo da forma mais dramática possível. Num belo dia, a vida nos presenteia com alguém que, simplesmente, nos escreve de novo. E estou aqui tentando te desmaterializar em palavras.
      Você num quadro, milhões de euros, eu pago com gosto e sem pressa o preço mais caro do mundo. Mas em centavos, para que nunca termine a imensa oferta da sua beleza.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

State Of Mind



     Espaços vazios foram preenchidos, sente-se a mente mais próxima. Ouço as lagrimas caírem como uma chuva, mas caem de longe, longe do branco, do bem. Olhos já não são nublados, a pele já pode ser sentida junto com a pele. No coração moi-se força pra uma mente que antes sangrava pelos seus espaços mais negros.
    O medo silencioso gritou até ser encontrado e extinto. Foi-se no mais profundo para se encontrar e segurar-se para que nao corra mais de si.
    Hoje tenta-se ser seu Próprio, em uma vida tão intensa por causa de outros que outrora se importam. Mesmo assim agora sabe-se que não precisa-se de ninguém para dizer que tudo está bem. Isso é sentido de dentro pra fora. Agora tudo parece tão sublime.
    Conseguiu acalmar seu estádo de espera, está noite encontrou seu “estádo de esprito”. E deixou sentir uma tempestade de adrenalina, até que perde-se e  encontra-se tanto que dominou isso por completo. Agora tem a certeza que toda vez que se perder, irá se encontrar, pois os vales de sua alma já são conhecidos por completo.
    A busca por um coração que não batesse tão friamente foi em vão. Em si, nunca achará, pois onde não há medo do que a mente no seu mais profundo e profano buraco tenha, não há mais nada para se fazer na vida. Preparesse para uma vida só, por ter encontrado o total controle de seu esprito. Agora sobriamente a vida é conduzida por uma alma que já não pode mais ser machucada. Que já não pode mais ser tocada. Que já não pode mais ser alma.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Projetando Palavras



   Arquitetura é a ciência que torna os sonhos e as idéias tão reais que é possível tocá-las. É onde o abstrato é capaz de ser pego e compreendido. É uma ciência tão exata, que erros podem ser admitidos como acertos e serem a parte mais bela de uma arte.
   É a parte civil que apaixona os olhos mais críticos e instiga as mentes mais voadoras. Arquitetura é a idéia que pode brotar de uma aula conceitual, ou também de notas de samba, rodas de bar, mares das ondas mais fortes, das noites mais estreladas e noites do mais puro prazer carnal.
   A estética e a beleza são totalmente relativizadas. Onde há encanto e o entendimento para alguns e o intrigar à outros. É o descanso dos olhares mais estressados, ou acender dos mais mansos.
   Ela aumenta ou diminui os espaços mais complexos, assim como o amor faz com os corações mais apaixonados. Quem usa a arquitetura pra fazer arte, fica tão escravo de sua beleza, quanto um pai ao ter sua primeira filha.
   Os dias vão passar e o encantamento irá aumentar da mesma forma que as edificações mais lindas. Será uma construção complexa, mas que no final tudo que será é uma enorme admiração.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Valiozas Madrugadas


Vejo dias negros com traumas de tempos ruins, a cada grito de alegria esconde-se um ranger da alma. Ventos sopram lembranças, enquanto o espírito sopra um ar tão frio quanto o “sim” que se dá a perguntas de quem não se importa.
  Você calculou, mediu, pesou e julgou insuficiente todas as propostas de “para sempre” e me fez querer que morra todos que te julgarem por isso. Você buscou força no mais profundo de seus espíritos e conseguiu o bastante para continuar com fôlego e com sorrisos de canto de boca, mesmo que molhados por gotas que pesam toneladas.
  E que morram todos que não entendem que temos medos que são tão nossos, que passamos a ter amor por eles.
  Que morra/viva o amor que nos cobra juros tão caros por prazeres insuficientes para uma vida dependente. Nessa madrugada o que eu mais quero é rezar sem ter religião. Poder gritar o valor e a dor do dom da existência.
  Você começa a ver que é quando se está só que você se sente mais vivo. Vê que a dor que dá uma pontada do coração ao cérebro, ligando a emoção à razão, te faz respirar fundo e sentir cada parte de um corpo cheio de cicatrizes. Você passa por isso tudo até ver que a melhor coisa é sentir o Maximo de dor possível em uma noite de domingo, para que você no dia seguinte possa dar o devido valor a sua existência.

sábado, 2 de julho de 2011

Já Começou o Belo, Mais Belo Espetáculo Que Há



       Nas manhãs em que o frio insiste em trazer lembranças de tempos ruins. Em Manhãs que nem as mais grossas cobertas podem proteger do frio que sente a alma. Em dias e madrugadas que a dor de olhar para o lado esquerdo da cama e não ver ninguém te faz molhar o travesseiro e esfregar os pés um ao outro para que sinta ao menos um pouco de calor humano. Olhe para dentro de si, e me verá.
        Peço a força dos Deuses para passar contigo a alegria de mil anos.
       Lagrimas serão impossíveis de não transbordar, mas que no descer de cada uma, elas encontrem com o canto de seu sorriso mais belo e que o calor de teu peito as faça entrar e alimentar um coração tão sedento de emoções.
       Palavras já não fazem nenhum sentido pra um espírito que cansou de ouvir. Venho com a certeza de que letras são em vão e clichês não serão aceitos. Quero meus mil anos de atos, tramas e comédias, diálogos não! Clímax e Ação.
       Quero caminhar descalço pela sua alma que tanto me deixa brando. Quero sentir contigo o peso do sorriso da conquista do caminho sem decepções. Seremos sempre dois corações sem necessidade nenhuma de se completar, mas que decidiram fazer sorrir juntos.

domingo, 5 de junho de 2011

Across The Universe



    Já havia me acostumado com a idéia de que minha vida era previsível o bastante pra não ser mais chamada de vida, e sim de um roteiro cheio de sensos comuns, com uma ou duas cenas erradas, mas que poderiam ser refeitas até estarem de acordo com o texto.
Só que meu futuro sumiu no momento em que fiz de você, nós. Agora dói! Dói não saber o que vem. Dói não conseguir prever cada Ato da trama. Dói me sentir pequeno e perdido em meio a isso tudo. Me dói olhar pra ti e não ver nada além de ti, não saber qual será sua próxima fala. Me dói mais ainda ser o diretor que não tem controle sobre os atores.
    Mas depois que se cresce, não dá mais pra ligar pra essa dor. Agora o que não passava de uma estátua de rua que quando lhe jogavam uma moeda, se mexia, vai ser a peça mais assistida da Broadway em pleno quatro de julho.
    Nessa peça, claramente se verá vida. Verá drama, comédia e o mais puro e safado romance. Uma peça com dois atuantes e vidas tão imprevisíveis quanto a expressão de cada expectador da platéia ao acender das luzes.
    O final dessa vez é incerto, principalmente para o diretor que largou o roteiro pra contracenar logo ao abrir das cortinas, por ver magia desde a primeira vez que a atriz foi vista.
    Agora, ator e atriz se olham e choram. Se vêem um no outro, sentem cada lagrima correr como se a dor e a felicidade ali encenada fosse real. Talvez por isso agora eles se olham e não conseguem se lembrar do que deveriam fazer. As falas sumiram. As marcações de palco foram esquecidas. Agora tudo vem deles, nada mais poderá interferir no final imprevisível que virá. Toda responsabilidade da peça ter valido o ingresso está em quatro mãos e dois corações.
... No clímax, a cortina se fecha aguardando o próximo Ato...