quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Meias Palavras




     E assim minha carência vai sendo desmaterializada em palavras. Um aperto mais forte na mão. Uma arrumada no cabelo, à nuca levemente tocada, juntamente com digitais deixadas nas costas. Uma mão na coxa para que se preste atenção no que é dito. O olhar na boca. A boca nos olhos. Contatos espreguiçantes de pés. E o abraço meio largado no caminho até a cama. Todos os movimentos friamente observados, analisados e amados. Lá se vão valiosos segundos que valeram por horas.

Sweet Smoke



     Peguei o que estava sentindo, acendi, puxei e traguei. Acho que foi o único trago que me fez bem. Não posso negar que me engasguei, não por ter coisa misturada, é até bem natural, mas por ser forte; e também pela minha incontrolável sede de sentir o Maximo possível, por medo de acabar. É. Talvez você seja meu único vicio que faz bem, por favor, não deixe esse cachimbo apagar.