quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Hey Holly, cadê você?


      Há alguns carnavais não me sinto tão “Ela”, nem me sinto tão “eu”. Não sei o que isso tem feito de mim, às vezes sinto os ventos cortarem minha face e me sinto bem. E quem dera?! Ventos cortantes me acalmando, brisas gélidas me fazendo tão mal, a confusão se materializa, a decepção dói, tudo grita pra pedir silencio.
      Há dois opostos que me perco/encontro. Há dois de mim por ai, enquanto aqui não há ninguém, nada me resta, nem mesmo a mim. A falta de ser volta a incomodar. Esperava que não passasse de uma noite, mas é a noite que não passa, está escuro, corro calmo, está escuro, grito baixo, está escuro, me recolho para não perder mais um grama de alma para você que está ai onde seu grito ecoa e onde não posso localizar seu hálito, nem sei mais se cheira a fumaça que tanto anseie por não sentir mais.
      Mas quem foi que disse que pra viver, precisamos nos achar, que se ferre tudo e essas duas partes que estão por ai. Não preciso delas, já me acomodei com o “não ser” de Shakespeare. Se nada me resta, não tenho o que perder. Que realmente se ferre, não preciso, não quero mais que voltem, se amem e sumam, por que dentro de mim, já sumi. São só mais duas partes de varias que já se foram.