domingo, 30 de outubro de 2011

Charles Chaplin


A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso.

Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara para a faculdade.

Você vai para colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando. E termina tudo com um ótimo orgasmo! Não seria perfeito?

sábado, 15 de outubro de 2011

A tempestade está a caminho.


   Todo mundo esconde quem é pelo menos por um tempo. Às vezes você esconde uma parte de si mesmo tão profundamente que precisa ser lembrado que ela ainda está lá. E às vezes tudo que você quer é esquecer quem você realmente é por inteiro. E quanto a mim? Talvez eu nunca torne a pessoa que você realmente queria que eu fosse, mas eu não resistirei em tentar. Agora sou algo inteiramente novo, com minhas próprias regras. Percebi que meus dias estão contados, é melhor eu aproveitá-los.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Ela te faz



  Ela sente as gotas da chuva se misturar com as gotas da alma. O mundo já não existe mais. Ela passou por um século de emoções, tem a experiência de mil anos, a força de Deuses em guerra e a beleza e sensualidade de 70 virgens experientes em fazer acontecer o amor. Ela tem bagagem de mais para de preocupar com qualquer olhar trivial recebido em uma noite de sexta. Toda sua experiência à fez mais mulher.

  Ela ergue a cabeça e passa mais alta que prédios, quando põe no pé um salto e no rosto um olhar firme, nem se pode comentar. Quem realmente a conhece senta e bate palmas. Ao vê-la é impossível não perder ao menos um segundo de ar. Passando tira gritos do fundo das almas mais desatentas. 

  Seu companheiro? Que dó tenho dele. Pobre expectador, como andar ao lado de quem retira suspiros até de outras.

  Mentes pequenas olham e tentam desvendar seus labirintos, mentes grandes pensam compreende-la por total, mas coitados, mal sabem eles que agora perto dela, já não são.

  Sua voz ecoa como o mar de ondas tormentosas nos devaneios de quem ouve, voz que surge, voz que destrói. É bom ter cuidado ao ouvi-la. D’ela não sairiam meias palavras ou meias preocupações com o que se é dito. Sua boca desenhada à tinta óleo, pode ser a glória e a perdição.

  Seu companheiro? Ah, que sorte a dele.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Me absorva



   Enquanto os Sóis do Oeste não se põe, sofro em silencio. Enquanto o México não sobe a cabeça, me guardo. Quando o grande dia chegar, esteja lá pra me ver. De olhos vermelhos, saltarei para outro céu, desamarrarei nós e desprenderei os cravos de um peito que está denso.

  Manterei o que por mim foi assinado. Jurei com sangue frio que não seria primeiro. Serei segundo quando segundos desejos me trouxerem pra dentro do corpo. Não desviarei meus olhos para coisa alguma. Não desviarei meus objetivos para coisa alguma. Não faltarei com minhas juras por dor alguma. Não. Não. Não...
   
  Sou eu aqui, nada mais. Sou nada aqui. Aqui eu sou. Sou mais eu aqui. Não quero ser só. Não quero que minhas jornadas sempre terminem comigo. Eu no fim. Só eu no fim, nada mais.

domingo, 2 de outubro de 2011

If you're a bird. I'm a bird.



      Chego de uma noite com o pescoço doendo de tanto perseguir com queixos altivos a sua beleza. Minhas pupilas já estão relaxadas de tanto ficar dilatando a cada vez que o canto de sua boca sorri. Cada centímetro de mim quer ter a mais fina boca francesa pra degustar cada centímetro teu.
      Na ultima noite medi suas costas com uma língua imaginária, e a saliva acabou bem perto da nuca.
      Você pronta pra dormir me emociona mais do que cem garotas angelicais lendo Dostoievski em puro russo. Eu dedicaria cada segundo da minha vida em vesti-la, alimentá-la e animá-la.
      Você me dá ânsias em lugares que não tenho. Você sorri com sua cara séria e nunca sei se você está se divertindo ou odiando tudo. Fico preocupado, mas logo suas pernas me tiram a atenção. “Pernas longas, passos curtos e rápidos” isso fica girando em minha mente para que não a viole em pensamentos.
      Quando vendo um filme, encaixa em meu ombro, o filme acabou. Como prestar atenção em algo? Você está ali, é como se todas as outras coisas explodissem. É realmente prazeroso esquecer-se de tudo, só porque você é linda.
      Você anda ainda mais bonita por não saber de tamanho poder. Fica frágil e sente ataques de ansiedade. E desaparece. É um pouco egoísta de minha parte, mas que linda! Que linda que você fica em ataque de ansiedades.
      Olha, é assim que acontece: num dia qualquer alguém nos amassa, nos apaga, nos destrói. E claro, tudo da forma mais dramática possível. Num belo dia, a vida nos presenteia com alguém que, simplesmente, nos escreve de novo. E estou aqui tentando te desmaterializar em palavras.
      Você num quadro, milhões de euros, eu pago com gosto e sem pressa o preço mais caro do mundo. Mas em centavos, para que nunca termine a imensa oferta da sua beleza.