segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A escolha de uma vida



     E lá estava ele em seu ponto de ônibus, quando chega Holly em silêncio. Chega cada vez mais perto, ele não percebera nada. Ela trazia no rosto um sorriso sarcástico, um olhar cínico e nos lábios a palavra foda-se.  Quando ele percebera sua presença, ela já estava no ritmo dos seus pensamentos. E com uma mão na nunca e a outra em baixo de seu coração o acariciava.
     Ao vê-la cada vez mais perto e cada vez mais dentro, não conseguiu segurar o êxtase. Subiu no banco de um vendedor e gritou como o brado de um general: “Vejo árvores verdes e o céu azul. Vejo flores vermelhas e nuvens brancas. Penso comigo, como o mundo é maravilhoso! Eu vejo pessoas sorrindo e se amando, vejo corações apaixonados e olhares do mais puro amor. Penso comigo, como o mundo é maravilhoso!
     Holly chorou!
     Ela sabia que já estava chegando a hora dela se tornar uma, e dele já não ser mais! Ele olhou em seus olhos e os beijou, disse: “Finais felizes não existem, isso é coisa de conto de fada, o que existe é você viver feliz cada momento. E agora completarei minha felicidade.” Ele deu um passo à frente e...  E já não existira mais, um ônibus o pegou no exato momento em que completara de ser feliz. Essa foi à única vez que alguém suicidara não para matar um dor, mas sim para fazer crescer a mais linda flor na vida de alguém. "Agora Holly, você está livre! Tome conta de tudo!" Dentro dela, ele está vivo. Mas nunca mais dirá nada, essa fora seu ultimo Brado.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Sorry...



    Holly mostre-me uma saída. O café já não tem o mesmo efeito. Tudo anda me dando sono. Ando tendo preguiça das pessoas, antes um capuccino com o dobro de cafeína me bastava, agora não mais! Aquele copo com vodka já não deixa nossas noites com aquele ar safado, sinto falta disto.
     Você entende? Nem minhas bandas andam me tirando dessa. Não quero por um fone no ouvido e não gostar de ouvir Ramones, Aerosmith, Led Zeppelin, AC/CD, B.B. King e até mesmo Guns N’ Roses. Isso tudo está me matando!
     Me desculpe Holly, por ser essa pessoa que enjoa muito fácil das coisas. Me desculpe por acostumar com o gosto da vodka e não ligar por ela já não fazer mais efeito. Me desculpe também Holly, se eu me acostumar a te machucar. E me perdoe se isso também não fizer mais efeito em mim.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Quando o Vento Soprar

    Pareciam dois corações tão perfeitos. Sinceramente não acredito que acabou em decepção! Tento te entender, parecia mesmo que você guardava muita coisa, não teria como não acontecer isso. Só que agora é tarde, o sentimento já foi quebrado.
     Suas sutilezas me enforcaram, seria melhor ter me dito tudo, mas como já disse agora é tarde! Acho que nunca vou conseguir te explicar o que realmente queria; o que realmente eu precisava. Mas agora não quero ter vontade de nada, não quero precisar de mais nada.
     Hoje tenho minha mente desembaraçada. Nesse tempo contigo eu estava em um lugar escuro e não sabia, você sempre me fechou os olhos, agora eu já posso enxergar, e ver que você ao se afastar de mim eu fiquei do meu lado.
     Você queria algo melhor e não poderia te dar isso, não sendo eu mesmo! Espero relembrar sempre de coisas simples, e nossa ultima conversa vai fazer com que uma gota sempre me lembre teu rosto. Escrevendo isto me senti fraco, o coração que começou a se quebrar na despedia vai soltar seu ultimo pedaço no ponto final deste texto. Partirei hoje quando o vento soprar ao meu favor e mesmo tremendo, hoje sinto que sou um tanto bem maior.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Que Seja Bom Pra Nós Dois



    Você foi à loucura que eu nunca pensei. Foi tudo uma surpresa, eu confesso. Não esperava que fosse tudo isso, achei que não conseguiria despertar em mim algo assim, tão inevitável de se dizer.
    Sem perceber, já era meus sorrisos, já me fazia sentir, e por dentro já me fazia chorar por saber que aquilo teria fim se fosse do jeito que eu realmente gostaria. Você era toda meu número!! Todo aquele jeito “phoda-se”, Todo aquele jeito “Vamos”, tipo aquela vez que brincando falei em roubarmos uma garrafa de Jack Daniels, e uma hora e meia depois já estávamos bem bêbados.
     A viagem que tivemos naquele banco da praça, me fez perceber que eu estava me envolvendo muito, eu ficava feliz por sentir algo tão bom por ti. Mas havia em mim uma certeza. Sempre odiei as minhas certezas, só que fazem com que eu pare antes da dor. Aquela era a nossa amizade, nós gostávamos de sorrir, gostamos de rock de verdade, gostamos de nossos ideais que não eram nem um pouco “senso comum”. E amávamos falar como os relacionamentos um do outro eram só perca de tempo. Não queria arriscar tudo aquilo!
     Eu e você, ainda consigo ver felicidade nisso. Sempre fui o cara difícil, e você a garota impossível. E sempre nos demos muito bem. Só que não sou tão “Vamos” para relacionamentos quanto você, e isso que anda fodendo com a gente. Espero que isso tudo que a gente sente um pelo outro, essa coisa sem nome, sem adjetivos e totalmente imprevisível, nunca vire amor! Porque já amei, e sei que isto é melhor.
     Sempre vou estar te observando enquanto você não percebe, sempre imaginando como seria viver ao seu lado da forma que eu realmente queria, e tentando entender porque sou tão idiota de te deixar ir.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Naquele Dia...


         Lembra-se daquela tarde? Nós dois caminhando na praia de Ubatuba, aquele foi o pôr-do-sol mais feio que já vi. Mas de alguma forma, você com suas palavras, seu sorriso e seu cabelo ruivo, fez com que aquele crepúsculo, que apesar de feio, fosse o mais especial pra mim.
         A gente rindo sem nos preocupamos com mais nada além de rir. Naquela tarde, nos tornamos duas crianças de dez anos, com a pureza de duas de cinco! Sim, duas crianças descalças com o par de sandálias na mão, areia e água no pé. Se a viagem acabasse ali, já estaria satisfeito, aquela nossa conversa me fez crescer de uma maneira que você não iria acreditar. Afinal, você me fez crescer me tornando uma criança, como pode isso?
        Você foi mágica em cada ato seu, a cada toque, cada beijo, cada mão na nuca, e a cada palavra mal pensada e falada no impulso do nosso “caso”. Você realmente mudou a historia daquele dia.
         Lembro que falamos sobre tudo, teve aquele momento que você chorou, e eu te dei aquele colo cheiro de areia que te fez chorar mais ainda por causa daquele grão no olho, tão difícil de sair, rimos muito disso né? kkkk.
         Já estava escurecendo e mais do que à hora nós perdemos também a pose, falamos palavrões, confesso que os seus são mais fortes que  os meus kkkk. Falamos bem e mal de outras pessoas, afinal é como você disse: problema delas de não estarem lá pra se defender. Nós desabafamos tudo que tínhamos guardado, um serviu como uma luva para o outro. Realmente saímos mais leves daquela tarde, saímos mais felizes e com uma puta saudade de tudo. Mas prometemos que seria só um dia, pra que só aquele fosse lembrado, um dia só de coisas que me fez crer que fizemos a escolha mais sábia do mundo. Naquele dias fomos iguais em tudo, isso em um dia apenas, é a experiência mais fascinante que existe, mas todo o dia iria estragar tudo.
         Naquele dia você colocou um sorriso no meu rosto, e uma memória pra toda uma vida. Alguns podem achar exagero, mas juntando praia, mar um biquíni preto por baixo de uma blusa minha, um cabelo ruivo, uma conversa de mil anos e o pôr-do-sol mais feio que eu já vi, fez com que tudo se tornasse mais do que um dia apenas, fez com que se tornasse o dia em que eu me apaixonei por uma garota que nunca existiu. 

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Minha Doce Criança...



    Me lembro uma vez, que uma garota, acho que na quinta serie me deu uma bala. Eu desastrado como sempre, sempre mesmo! Acabei perdendo, ptzzzz... Aquilo me fez um mal, pô! Eu gostava daquela guria, e a única coisa que ela havia me dado, eu havia sumido.
    Decidi procurar, corri atrás. Eu estava louco, perguntava pra todo mundo se alguém tinha visto o que ela havia me dado. Todos falavam que era perca de tempo, era uma coisa muito inútil pro trabalho que estava tendo. Gritei alto na minha cabeça “foda-se eles”. Eles não entendiam o que aquilo significava pra mim, bando de troxas!
    Não encontrava aquilo em lugar nenhum... Fui pro rumo do cara mais isolado da minha sala pra perguntar a ele, esse era do tipo muito tímido, nerd e com 10 anos já tinha umas espinhas. Eu não dava um real por ele. Cheguei mais perto, e aquele cara estava com a bala na mão! Ele estava com um puta dum sorriso no rosto, veio me falando todo orgulhoso que era a coisa mais incrível que havia acontecido pra ele na semana.
    Percebi na cara dele que ele estava desejando aquilo muito mais do que eu. E o que eu deveria fazer? Abrir mão assim? É... Foi o que julguei certo, ela era mais importante pra ele do que pra mim. Deixei ela nas mãos dele, nem falei com ele que ela já havia sido minha, e que havia me feito feliz enquanto estive ela nas mãos... Vai lá campeão, não vacila! Não deixe escapar como fiz! Pensei!