domingo, 9 de setembro de 2012

Garota Silêncio



   Luto, coloco grades a minha frente e cigarros na boca, me desespero, álcool já não adormece mais, não adianta me esconder atrás de uma garrafa transparente. Agora, sou meu inimigo intimo, alguém entende isso? Cresci e quando virei alguém, me perdi. Dói à agonia de parecer que não há nada dentro, que o que era pra vir com a vida, saiu em vida própria, abandonou um corpo e deixou com ele apenas alguns sorrisos falsos.
   Até hoje não compreenderam as lagrimas do palhaço, o que no fim das contas vira pesadelo, é simplesmente o medo de sorrir. De sorrisos falsos sobrevivo e deles não abro mão.
   Meu retrato virou o desenho do desespero, em tempos assim escondo-me atrás de algum pensamento.
    A noite é escura e cai pesada. Ao ar livre os ventos sopram para pessoas mudas, na cabeça a musica sobe e sei ofegante do que não gosto. Quem diria, sempre duvidei odiar e agora já nem sei mais o que é. De faróis apagados o barulho do carro velho chama mais atenção que a alma já esquecida da Garota Silêncio.