sábado, 20 de outubro de 2012

Meio Zeppelin





- Hey, você, longe. São tempos chuvosos, quero seu calor, aqui dentro. Vem, a gente se ajuda no frio, a alma não será mais só, sentimentos de lado, viver tempestades melhores será nosso único alvo.
- E cada chuva mais forte, e vento mais frio, e corpo vazio serão nosso motivo. o barulho lá fora não vai chegar no ouvido enquanto eu sussurrar. a água não vai molhar seu cabelo enquanto ele estiver entre meus dedos. e no frio a gente se aquece com o calor que o corpo grita forte pra mostrar o quanto se quer.
- Espero que mais uma noite caia, e junto a ela em meus braços caia a minh'alma em cima de seus lábios. beijos como sopros, silenciando o ranger da alma. silenciando as minhas palavras de despedidas, e fazendo gritar a vontade de estar dentro de ti.

- E então, depois que a tempestade cair lá fora e preencher nossos corpos com a leveza de um universo todo de emoções, estarão ali duas vidas prontas pra seguir em frente, em direções contrarias. sabendo que virão outros dias chuvosos, e com eles virão o frio, e o calor intenso de duas vidas se abraçando de novo.

domingo, 9 de setembro de 2012

Garota Silêncio



   Luto, coloco grades a minha frente e cigarros na boca, me desespero, álcool já não adormece mais, não adianta me esconder atrás de uma garrafa transparente. Agora, sou meu inimigo intimo, alguém entende isso? Cresci e quando virei alguém, me perdi. Dói à agonia de parecer que não há nada dentro, que o que era pra vir com a vida, saiu em vida própria, abandonou um corpo e deixou com ele apenas alguns sorrisos falsos.
   Até hoje não compreenderam as lagrimas do palhaço, o que no fim das contas vira pesadelo, é simplesmente o medo de sorrir. De sorrisos falsos sobrevivo e deles não abro mão.
   Meu retrato virou o desenho do desespero, em tempos assim escondo-me atrás de algum pensamento.
    A noite é escura e cai pesada. Ao ar livre os ventos sopram para pessoas mudas, na cabeça a musica sobe e sei ofegante do que não gosto. Quem diria, sempre duvidei odiar e agora já nem sei mais o que é. De faróis apagados o barulho do carro velho chama mais atenção que a alma já esquecida da Garota Silêncio. 

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Hey Holly, cadê você?


      Há alguns carnavais não me sinto tão “Ela”, nem me sinto tão “eu”. Não sei o que isso tem feito de mim, às vezes sinto os ventos cortarem minha face e me sinto bem. E quem dera?! Ventos cortantes me acalmando, brisas gélidas me fazendo tão mal, a confusão se materializa, a decepção dói, tudo grita pra pedir silencio.
      Há dois opostos que me perco/encontro. Há dois de mim por ai, enquanto aqui não há ninguém, nada me resta, nem mesmo a mim. A falta de ser volta a incomodar. Esperava que não passasse de uma noite, mas é a noite que não passa, está escuro, corro calmo, está escuro, grito baixo, está escuro, me recolho para não perder mais um grama de alma para você que está ai onde seu grito ecoa e onde não posso localizar seu hálito, nem sei mais se cheira a fumaça que tanto anseie por não sentir mais.
      Mas quem foi que disse que pra viver, precisamos nos achar, que se ferre tudo e essas duas partes que estão por ai. Não preciso delas, já me acomodei com o “não ser” de Shakespeare. Se nada me resta, não tenho o que perder. Que realmente se ferre, não preciso, não quero mais que voltem, se amem e sumam, por que dentro de mim, já sumi. São só mais duas partes de varias que já se foram.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Mombojó



Quero um samba pra me aquecer, quero algo pra beber, quero você... Peça tudo que quiser. Quantos sambas aguentar dançar, mas não se esqueça do trato da hora de parar, só vamos embora quando tudo terminar. Eu vou te levar onde quer chegar, eu tenho a chave! Nada impede a vida acontecer. Deixe-se acreditar, nada vai te acontecer, tudo pode ser, nada vai acontecer, não tema... Esse é o Reino da Alegria...

terça-feira, 3 de julho de 2012

Good Luck





    Meu egoísmo está no seu sorriso. Ele me deixa confortável o bastante pra não ser você. O vento levou, eram só palavras, e você que insistiu tanto para que fossem mais que isso, não foi o que aconteceu, não rolou. Ondas foram formadas, abraços foram dados, a fumaça tomou a forma do seu corpo, e dele enchi os pulmões.
   Em meio a barulhos, a perguntas repetidas por pessoas desconhecidas, me encanto, me espanto, me perco, me perco. No olhar presente querendo a boca, a boca ausente querendo os olhos, duas mentes querendo que todo mar de gente exploda para que em fim haja clima suficiente para que se desamarrem das coisas, das pessoas, dos dias, dos intervalos juntos as despedidas, das despedidas juntos as Boas Sortes.
    Em meio a duvidas me afasto, procurando suas respostas me envio de volta em alguns caracteres, mais duvidas se formam.
    Minha mente se mata procurando você de volta, alguma pista, alguma linha, algum trago perdido em algum toco. Hoje você é meu vicio, minha amiga e minha perdição. Ando mais completo. Pelo menos alguns dias da semana.