quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011


"Ela própria não entende o que se passa. Um ímpeto ou impulso a governa e domina; uma vontade, um anseio se agita, de ir adiante, aonde for, a todo custo; uma veemente e perigosa curiosidade por um mundo indescoberto flameja e lhe inflama os sentidos…
Um súbito horror e suspeita daquilo que amava, um clarão de desprezo pelo chamava “dever”, um rebelde, arbitrário, vulcânico anseio de viagem, de exílio, afastamento, esfriamento, enregelamento, sobriedade, um ódio ao amor, talvez um gesto e olhar profanador ‘para trás’, para aonde até então amava e adorava, talvez um rubor de vergonha pelo que acaba de fazer, e ao mesmo tempo uma alegria por fazê-lo, um ébrio, íntimo, alegre tremor, no qual se revela uma vitória.”

Friedrich Nietzsche - Humano, demasiado humano.

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