domingo, 2 de outubro de 2011

If you're a bird. I'm a bird.



      Chego de uma noite com o pescoço doendo de tanto perseguir com queixos altivos a sua beleza. Minhas pupilas já estão relaxadas de tanto ficar dilatando a cada vez que o canto de sua boca sorri. Cada centímetro de mim quer ter a mais fina boca francesa pra degustar cada centímetro teu.
      Na ultima noite medi suas costas com uma língua imaginária, e a saliva acabou bem perto da nuca.
      Você pronta pra dormir me emociona mais do que cem garotas angelicais lendo Dostoievski em puro russo. Eu dedicaria cada segundo da minha vida em vesti-la, alimentá-la e animá-la.
      Você me dá ânsias em lugares que não tenho. Você sorri com sua cara séria e nunca sei se você está se divertindo ou odiando tudo. Fico preocupado, mas logo suas pernas me tiram a atenção. “Pernas longas, passos curtos e rápidos” isso fica girando em minha mente para que não a viole em pensamentos.
      Quando vendo um filme, encaixa em meu ombro, o filme acabou. Como prestar atenção em algo? Você está ali, é como se todas as outras coisas explodissem. É realmente prazeroso esquecer-se de tudo, só porque você é linda.
      Você anda ainda mais bonita por não saber de tamanho poder. Fica frágil e sente ataques de ansiedade. E desaparece. É um pouco egoísta de minha parte, mas que linda! Que linda que você fica em ataque de ansiedades.
      Olha, é assim que acontece: num dia qualquer alguém nos amassa, nos apaga, nos destrói. E claro, tudo da forma mais dramática possível. Num belo dia, a vida nos presenteia com alguém que, simplesmente, nos escreve de novo. E estou aqui tentando te desmaterializar em palavras.
      Você num quadro, milhões de euros, eu pago com gosto e sem pressa o preço mais caro do mundo. Mas em centavos, para que nunca termine a imensa oferta da sua beleza.

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