terça-feira, 2 de novembro de 2010

E se chegasse a hora?



     Querida, queria te falar dessas longas noites solitárias, sobre o correr da noite. Dessas travessias desertas cheias de fantasmas. Sobre esses corações que ouço batendo dentro de mim! E esses não querem parar de bater! Não desistem, dizem que a vida vale a pena ser vivida. Então eles querem mais. E meu coração também não desistiu.
     Aqui eles acreditam em Deus! Mas eu acredito no meu coração que bate. No pulsar de minhas veias, nessa força dentro de mim. Se vier me ver, direi como é minha vida aqui. E quando o medo se ergue e fica tão alto que me dá tontura. Desespero também, você passa por esses momentos achando estar perdido e chega a tremer. É mas às vezes descobrimos em nós, forças desconhecidas. Você verá todas essas forças, você verá, se vier me ver! Sei que posso morrer logo, e sei que estou aqui pra aprender alguma coisa, e quando eu estiver aprendido, vou morrer... Sei disso! Mas em minha mente não consigo imaginar minha vida chegando ao fim!
      Imagine se sua vida acabasse em um estalar de dedos... Todas suas escolhas sumindo, todos seus planos indo mais longe que você possa imaginar, onde não haveria jeito de buscá-los. Um monte de coisas que ainda deixou pendente aqui. Perdões a pedir, desculpas a aceitar, aquela pessoa que ainda você precisava falar que a ama. Teu filho que está pra nascer... Seria bom se partíssimos, só depois de resolver tudo. Partir sem dor para um lugar qualquer, onde saberíamos que tudo foi feito da maneira certa, que tudo foi resolvido, que tudo está bem, mesmo que tenha partido cedo... bem cedo!

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